Agronegócios
Alta umidade atrasa colheita e ciclo da soja em Mato Grosso
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A chuva não tem dado trégua e tira o sono dos agricultores de algumas regiões de Mato Grosso neste início de colheita da soja. Em Ipiranga do Norte, onde foram cultivados aproximadamente 243 mil hectares da oleaginosa nesta safra, áreas prontas para serem colhidas estão encharcadas.
O assunto é o tema do episódio 69 do Patrulheiro Agro desta semana.
A situação, segundo os produtores do município, pode prejudicar a qualidade dos grãos e trazer impactos negativos na produtividade final.
“O problema é que está chovendo direto. Tem que esperar e a soja fica ali no campo à mercê da chuva. A gente fica com medo de esperar o tempo dar uma melhorada e às vezes inverte e chove mais. Se o clima que ocorreu nos últimos 15 dias se repetir nos próximos 15 dias não tem para onde a gente correr. Vão ser severas as perdas”, comenta o produtor Vitor Gatto.
O produtor Valcir Batista Gueno pontua o excesso de chuva tem causado danos aos grãos. Ele começou a colheita dos 2,6 mil hectares destinados para a cultura no dia 27 de dezembro e estima que 15% da área esteja colhida.
“A preocupação é que um silo, um armazenamento não vai melhorar a qualidade. Sempre vai ser um grão danificado. O forte da safra ainda não começou. A grande safra está pela frente, então temos que acreditar que daqui à pouco a chuva dê uma trégua para podermos avançar”, diz Gueno.
Risco de transtornos logístico e armazenagem preocupam
Além do excesso de água, o atraso na colheita da soja também pode gerar transtornos logísticos no escoamento da produção por falta de infraestrutura na região.
De acordo com a presidente do Sindicato Rural de Ipiranga do Norte, Karine Berna de Souza, quem ainda não iniciou a colheita está auxiliando os trabalhos dos vizinhos.
“É um momento crucial tirar o grão da lavoura. Devido a esse atraso da colheita os talhões na próxima semana vão chegar tudo junto. Todo mundo vai estar colhendo junto e vai dar transtorno. Excesso de caminhões nos armazéns e aqui no município faltam armazéns”.